Mudam-se os tempos e as alternativas surgem, e o homem é obrigado a reinventar-se para poder acompanhar todas essas mudanças e continuar a trabalhar.

A pandemia veio trazer muitas coisas novas e, não foi diferente no mercado de casamentos. Confesso que cresceram imensas perguntas: “E como será agora?”, “Não voltaremos a ter casamentos?”, “Quando voltará a ser possível casar?”, “E como farão os noivos que tinham marcado para estas datas?”.

Esta é uma daquelas experiências que tanto gosto, cheia de imprevistos, mas com muita calma. Curiosos? Acompanhem a experiência desta noiva que casou na rua do registo civil.

Ao fim de quase 14 anos juntos e com um filho de 8 anos pelo meio, em Novembro de 2019, chegou finalmente o pedido oficial.

 

No início a data escolhida foi 6-6-2020 dia que faria os 14 juntos, mas quando me apercebi que seria muito em cima do desconfinamento, senti-me receosa e revoltada. Tanto tempo e escolhemos um ano tão mau.

 

Tínhamos uma média de 100 a 120 convidados. Com o vírus alguns foram desistindo e eu cada vez mais dececionada. Chegámos a 25 convidados e, em conversa com o noivo ele disse-me: “Nem que casemos apenas os dois.”

 

Os 25 convidados alinharam manter a sua presença e remarcamos para 4-07-2020. Estava tudo tratado e preparado, depois da cerimónia iríamos para um restaurante, mas no sábado anterior (26-07-2020) o dono do restaurante reservado avisa-nos que não irá abrir o espaço antes de setembro. Uma semana antes e sem espaço para almoçar.

 

Poderíamos almoçar no restaurante, onde tinha sido feito o pedido, mas tínhamos o civil marcado para as 11horas e teríamos que sair do restaurante as 15.30h (imposição das normas), impossível.

 

A minha irmã disponibilizou a garagem da sua vivenda, mas como não podia haver ajuntamentos com mais de 20 pessoas, não era opção.

 

Pesquisei espaços na internet, mesmo tendo noção do pouco tempo que tínhamos e as restrições. Mas encontrei um espaço simpático e não muito longe e marcámos. Terça-feira às 20horas lá estávamos nós. Fomos atendidos de forma muito simpática, e o senhor não percebeu como estávamos tão calmos mesmo não tendo ainda o espaço. Foi quando nos abriu uma porta para uma sala, que suportava 100 pessoas numa época normal e fechámos negócio com o espaço e o catering, mesmo sem o experimentar pois não tínhamos mais tempo.

 

No dia do casamento, ao chegarmos com os nossos 25 convidados, logo nos alertaram que apenas 10 poderiam entrar e nós já tínhamos esse conhecimento, os restantes ficariam da parte de fora a aguardar. Mas fomos surpreendidos e a notária sugeriu realizar a cerimónia no exterior do registo. Sem pensarmos duas vezes aceitámos prontamente a proposta.

 

Apenas abdicámos do fotógrafo e no espaço foi medida a temperatura e feita a desinfeção das mãos e dos sapatos em um tapete adequado para o efeito.

Correu tudo tão bem que duvido que planeado atempadamente fosse tão agradável.”

 

Dora e Ricardo, Seixal.

Mas que experiência, não é mesmo. O que acharam?